quarta-feira, 3 de julho de 2013

Os micro-ônibus e vans, socorro!

Numa cidade tão grande, tão rica e tão exuberante, como podemos aceitar a existência de um transporte como o micro-ônibus ou van fornecido pelas cooperativas?

De minha casa até a estação do metrô devo pegar, semanalmente, um micro-ônibus administrado por cooperativas cuja linha fora cedida pela prefeitura.

Tentarei descrever abaixo algo que aproxima do inferno da viagem no ponto de vista de quem tem mobilidade reduzida.

A começar pela porta de entrada desse transporte. Diferente do ônibus em que há uma barra de sustentação na qual pode ser usado como apoio para o primeiro e importante passo, não há essa barra fazendo com que ele seja inseguro e desconfortável.

Passado os primeiros passos, vem a falta de estabilidade quando da partida do veículo. Não há balaústres suficientes para ter sustentação quando da partida. Por sorte, pode-se segurar na barra usada, geralmente e indevidamente, como assento do cobrador.

Certo de estar seguro entre as possíveis freadas que o motorista dará, vem a falta de compreensão dos usuários que, na falta de assentos para deficientes, ocupam o habitáculo próximo ao motorista. Esse espaço tem de ser destinado aos que possuem problemas de locomoção. Se o transporte estiver cheio, deveriam ter o bom senso em passar a catraca deixando-o livre para os necessitados de dois ou mais pontos de estabilidade. Dessa forma, permitiria ao deficiente uma viagem sem percalços.

Muitos cobradores exigem passar o bilhete de deficiente antes de descer, mas há uma falta de sensibilidade em perceber que em determinadas circunstâncias não é possível abrir mão do balaústre para passar o cartão na máquina. Isso, pois ela se localiza numa posição desconfortável em que não há  barra para o devido apoio. Muitas vezes a pilastra de sustentação da máquina é o único apoio possível.

Aliás, a pilastra de sustentação da máquina é um dos apoios mais procurados. Porém, utilizar-se dela torna a viagem desgastante pois, caso use-a, os outros usuários irão o incomodar procurando passar o cartão.

Finalmente, o que torna a viagem um verdadeiro inferno: o motorista. Não é possível que permitimos pessoas grossas e mal-educadas exercerem uma função de atendimento ao público. Se ao menos eles percebessem o quanto é constrangedor cair diante de todos devido a uma manobra imprudente ou uma freada inconsequente. Talvez, assim eles repensassem o que é chegar cinco minutos depois no ponto final da linha.  


    

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